Avaliação da Infertilidade através da Histerossalpingografia em Mulheres atendidas no sector de radiologia do Hospital Regional do Lobito (Julho a Novembro de 2024)

Abstract

Introdução: A infertilidade é uma condição de grande impacto na saúde reprodutiva, afetando significativamente a qualidade de vida das mulheres e casais que desejam ter filhos. A histerossalpingografia (HSG) consiste no exame radiológico do útero (histero) e das tubas uterinas (salpingo) realizado com contraste, permitindo identificar dilatações ou obstrução tubária bem como alterações na forma e na estrutura do útero. Objetivos: A pesquisa teve como objetivo avaliar a infertilidade através da HSG em mulheres atendidas na secção de radiologia do Hospital Regional do Lobito, destacando a frequência das alterações e relevância identificadas pelo exame. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e observacional com abordagem quantitativa. A população de estudo foram mulheres (n=21) submetidas ao exame, entre julho e novembro de 2024. Metodologia: Usou-se um questionário, contendo dados pessoais, clínicos e reprodutivos. Foram incluídas pacientes submetidas ao exame no período de estudo e com histórico de infertilidade primária ou secundária. Foram excluídas aquelas com dados clínicos insuficientes, as que não consentiram em participar e as que apresentaram resultados radiológicos normais. Os dados foram analisados através da estatística descritiva, destacando as principais alterações identificadas. Resultados: De acordo com os fatores sociodemográficos, a média de idade das mulheres foi de 30,2 anos; 85,7% eram casadas há mais de 5 anos; quanto ao tipo de infertilidade, 90% apresentaram infertilidade primária e 10% secundária. As principais alterações identificadas foram: obstrução tubária 61,9%; malformações uterinas 28%; pólipos endometriais e miomas 10%. Mulheres com infertilidade primária apresentaram maior índice de malformações uterinas, enquanto as com infertilidade secundária apresentaram obstrução tubária como principal alteração. Quanto às indicações para a realização do exame, 85% foram para investigação da infertilidade e 15% para diagnóstico ou controle de tratamento. O resultado corrobora estudos prévios que destacam a obstrução tubária e as malformações uterinas como causas mais frequentes de infertilidade feminina. No entanto, reconhece-se como limitação do estudo o reduzido tamanho da amostra, aspetos que podem ser abordados em futuras investigações. Conclusões: Concluiu-se que a HSG é um exame fundamental na investigação da infertilidade feminina, pois permite avaliar a morfologia do útero e a permeabilidade das tubas uterinas.