A Estrutura Hierárquica de Valores nos Psicólogos Portugueses - EHVPP-PT: resultados preliminares
DOI:
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSup.626Palavras-chave:
valores, psicólogos, código deontológico, desenvolvimento moral, exercício profissionalResumo
Introdução: A pessoa pode atribuir um valor a tudo a cerca e os valores qualificam a sua ação. A hierarquia que estes assumem, em cada profissional, tem efeito no relacionamento/interação deste com o cliente, pares e sociedade (Francis, 2004). Objetivos: Identificar a estrutura hierárquica de valores dos psicólogos em Portugal através de uma nova escala – a EHVPP-PT. Material e Métodos: No contexto de um estudo transcultural em Angola, Brasil, Moçambique e Portugal, desenvolveu-se a EHVPP partindo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Código Deontológico dos Psicólogos e Especificidades presentes em cada contexto lusófono. A versão portuguesa, em fase de validação, integra 24 itens: 5 Valores Universais, 4 Princípios Deontológicos, 13 Normas Específicas da Prática Profissional e 2 Especificidades Locais. Em cada item, o psicólogo deverá posicionar-se quanto à importância que assume, no contexto do seu exercício profissional, cada uma das afirmações, numa escala de likert de 5 pontos. Resultados: Nesta primeira amostra participaram 58 psicólogos portugueses de diferentes áreas de atuação. A maior importância foi atribuída a “Assegurar o sigilo, a confidencialidade e a privacidade da informação referente ao cliente.” e “Respeitar a dignidade, autonomia e direitos do cliente.” (91,4% cada um); O “Exercer a profissão com base em modelos teóricos.” emerge como o menos valorizado (43,1%) seguido de “Assumir a responsabilidade e compromisso com as problemáticas, necessidades e desafios sociais.” (51,7%). Conclusões: Apesar da amostra ainda não ter dimensão representativa, aponta já para uma estrutura hierárquica provisória, dos valores nos psicólogos portugueses. Foi atribuída maior importância a valores que se situam no nível de desenvolvimento moral convencional onde o correto é o que é pautado pelas convenções e regras sociais determinadas por pessoas de autoridade, e onde os deveres, a manutenção da ordem social e da lei, orientam a moralidade. No oposto da hierarquia, surgem valores do nível pós-convencional no qual a pessoa transcende sociedades e leis na busca de princípios de igualdade e dignidade, com uma ética válida para todos. Estes resultados preliminares parecem confirmar a dificuldade em atingir este estádio de desenvolvimento moral, tal como defendido por Kohlberg, reforçando a necessidade de formação e reflexão profissional.
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